Consórcio
Contexto
A Pró-Reitoria de Graduação (PRG) lançou o edital 01/2020/2021 que dispôs sobre a criação de Consórcios Acadêmicos para a Excelência do Ensino de Graduação (CAEG), com o objetivo de apoiar projetos que contemplem atividades e inovações e/ou modelos a partir de experiências inovadoras de ensino. "Consórcio Acadêmico" significa associar instituições para melhorar e ampliar a cooperação interinstitucional entre um grupo de faculdades/unidades de uma Universidade, geralmente com uma missão e objetivo comum, para obter um benefício que não pode ser alcançado independentemente.
Portanto, o conceito de "Consórcio" foi aplicado afim de envolver as diferentes áreas do saber, cursos e unidades (incluindo diferentes Campi da USP) em uma colaboração mútua para o desenvolvimento de atividades que buscam a excelência do ensino de graduação.
No dia 18/02/2021, a PRG divulga a aprovação do Consórcio "Fortalecimento da Educação interprofissional na Universidade e na rede de atenção em saúde do Sistema Único de Saúde", como uma das propostas inovadoras de integração docente no ensino de graduação.
Fortalecimento da Educação interprofissional na Universidade e na rede de atenção em saúde do Sistema Único de Saúde
A proposta refere-se à área Inovação e integração docente no Ensino de Graduação e articula três disciplinas optativas relacionadas à Educação Interprofissional (EIP) em saúde já existentes na USP:
"Prática, Formação e Educação Interprofissional em Saúde" (colocar link no jupter);
"Prática Multiprofissional na Atenção Básica à Saúde";
"Educação Interprofissional em Saúde: abordagem da dor".
O Consórcio reúne nove unidades, 16 cursos e serviços de saúde, com a participação de professores, profissionais e estudantes.
O plano de trabalho está organizado em três eixos: Otimização de estratégias educativas para oferta de disciplinas de EIP em formato híbrido; Articulação com equipamentos da universidade e da rede de atenção à saúde do Sistema Único de Saúde; Delineamento de estruturas para sustentabilidade da EIP na USP. São previstos impactos em três dimensões: individual, na perspectiva do estudante, docente e profissionais envolvidos no ensino; local, tendo em vista as disciplinas inseridas no Consórcio e global, referente aos benefícios para a Universidade no contexto da formação em saúde. A operacionalização do Consórcio Acadêmico será fundamental para ampliar e potencializar essa abordagem no contexto da Universidade.
Unidades e Cursos participantes
Estão envolvidos na proposta a Escola de Enfermagem (unidade sede do projeto); Escola de Educação Física e Esporte; Escola de Artes, Ciências e Humanidades; Faculdade de Ciências Farmacêuticas; Faculdade de Medicina; Faculdade de Medicina Veterinária; Faculdade de Odontologia; Faculdade de Saúde Pública; e o Instituto de Psicologia.
Os cursos envolvidos são o de Enfermagem, Educação Física e Esporte, Educação Física e Saúde, Gerontologia, Gestão de Políticas Públicas, Obstetrícia, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Terapia Ocupacional, Medicina Veterinária, Odontologia, Nutrição, Saúde Pública e Psicologia.
Você pode verificar os participantes envolvidos na execução do projeto clicando aqui.
Objetivos
O objetivo geral do Consórcio é:
Articular, institucionalizar e fortalecer a Educação Interprofissional (EIP) entre as unidades e os cursos da área de saúde na USP.
São objetivos específicos:
Transformar pelo menos uma das disciplinas optativas pré-existentes em disciplina obrigatória com adesão voluntária das unidades e dos cursos envolvidos;
Articular a EIP realizada no contexto da USP com as ações que promovem integração ensino-serviço na rede de atenção à saúde, nos equipamentos vinculados à Universidade (Hospital Universitário e Centro de Saúde Escola Butantã) e em cenários de prática do SUS no entorno das unidades participantes;
Mapear e dar visibilidade às experiências de EIP nas unidades e nos cursos envolvidos e cooperar para viabilizar possíveis ações integradas;
Propor a criação de um Núcleo de Educação Interprofissional em Saúde vinculado à PRG-USP com representantes dos cursos da área de saúde. Tal proposta vem na direção de avançar na governança e sustentabilidade de projetos de EIP interunidades, reconhecendo a necessidade de espaços de planejamento e decisão com rodízio periódico da coordenação.
Justificativa e relevância
A EIP é definida como intervenções nas quais membros de mais de uma profissão da saúde aprendem juntos, de forma interativa, com o explícito propósito de melhorar a colaboração interprofissional e a saúde e bem-estar de usuários, famílias e comunidades (Reeves et al, 2016).
O SUS toma a integralidade do cuidado como um princípio norteador da assistência, para o qual são necessários o trabalho em equipe entre profissionais de diferentes áreas da saúde e a prática colaborativa entre as equipes de um mesmo serviço de saúde e entre diferentes serviços da Rede de Atenção à Saúde (Peduzzi et al, 2020). Observa-se uma tendência crescente de trabalho interprofissional na atenção à saúde, que requer a integração da interprofissionalidade ao aprendizado específico de cada área do campo da saúde.
Portanto, a EIP é uma abordagem necessária para desenvolver competências para o trabalho em equipe, fundamental para a segurança do paciente e a qualidade da atenção à saúde.
A literatura traz evidências dos efeitos positivos da EIP ao promover trabalho em equipe e prática interprofissional colaborativa e produzir melhores resultados na assistência e no cuidado à saúde (Reeves et al, 2017). Também apresenta impactos positivos no aprendizado dos estudantes e profissionais, no desempenho das equipes, no desempenho da assistência clínica e na redução dos erros dos profissionais de saúde, bem como em resultados como satisfação dos pacientes e redução da mortalidade geral. (Salas et al, 2018).
As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os cursos da área de saúde reiteram a necessidade de que a formação tenha como foco o SUS. Assim, endossam a necessidade de abordagens que favoreçam o desenvolvimento de competências para o trabalho em equipe.
Embora tenha havido esforço de vários setores do ensino superior em mudar a formação em saúde, a partir das políticas indutoras do Ministério da Saúde (MS) e do Ministério da Educação (MEC) por meio das DCN, a formação de profissionais ainda é predominantemente uniprofissional, ou seja, cada profissional de saúde aprende separadamente, com nenhuma, ou poucas possibilidades de aprendizado compartilhado (Silva, Peduzzi, Leonello, 2018).
Portanto, a operacionalização do Consórcio Acadêmico será fundamental para ampliar e potencializar essa abordagem inovadora no âmbito da formação em saúde no contexto da USP.