Sobre o EEPIS

Criado por meio da Portaria EE nº 068/2019 o EEPIS tem a finalidade de implementar o ensino e a pesquisa com base na interprofissionalidade a fim de superar a fragmentação do conhecimento e fortalecer a atuação interprofissional.

O EEPIS está ligado diretamente à Diretoria da Escola de Enfermagem da USP (EEUSP), tendo como objetivos:

  • Promover a comunicação interna da implementação do ensino e a pesquisa com base na interprofissionalidade;

  • Inovar nas ações para melhoria do ensino e da pesquisa com base na interprofissionalidade;

  • Disseminar os conhecimentos e os resultados relacionados ao ensino e à pesquisa com base na interprofissionalidade.

Conceitos principais

Educação Interprofissional ocorreu quando membros ou estudantes de duas ou mais profissões aprendem juntos de forma interativa com o propósito explícito de melhorar a saúde ou o bem estar dos usuários, famílias e comunidades (Reeves et al. 2016, p. 657, tradução nossa).


Aprender juntos para trabalhar juntos por meio de práticas colaborativas em Saúde!

Trabalho em equipe interprofissional é "aquele que envolve diferentes profissionais, não apenas da saúde, que juntos compartilham o senso de pertencimento à equipe e trabalham juntos de maneira integrada e interdependente para atender às necessidades de saúde. (...) O trabalho em equipe interprofissional envolve elementos do contexto social, político e econômico" (PEDUZZI; AGRELI, 2018, p. 1526). É um "nível mais profundo de trabalho interprofissional e intensa interdependência das ações" (PEDUZZI; AGRELI, 2018, p. 1527).


Há uma abordagem contingencial do trabalho em equipe interprofissional com base em dois aspectos fundamentais: a finalidade ou propósito do trabalho em equipe que está relacionado às necessidades locais de usuários, famílias e comunidade; e as características e condições de trabalho concretas nas quais atuam os profissionais (PEDUZZI et al., 2020).


Com base na abordagem contingencial, têm sido descritas distintas modalidades de trabalho interprofissional, como: trabalho em equipe, colaboração, prática colaborativa e trabalho em rede (PEDUZZI et al., 2020).

Trabalho em equipe é "a menor unidade de produção do cuidado em saúde e caracteriza-se por: intensa interdependência das ações, integração, clareza dos papéis (reconhecimento do papel e trabalho das demais áreas profissionais), compartilhamento de valores, objetivos e identidade de equipe. O trabalho em equipe se refere a um pequeno grupo de profissionais responsáveis por identificar as necessidades complexas, imprevisíveis e algumas vezes urgentes dos usuários e lidar com elas" (PEDUZZI et al., 2020, p. 9).

Prática Interprofissional Colaborativa "ocorre quando profissionais de saúde de diferentes áreas prestam serviços com base na integralidade da saúde, envolvendo os pacientes e suas famílias, cuidadores e comunidades para atenção à saúde da mais alta qualidade em todos os níveis da rede de serviços" (OMS, 2010, p. 13).


O termo é utilizado para "descrever elementos da colaboração implementados na prática dos serviços de saúde" (PEDUZZI; AGRELI, 2018, p. 1527)

Colaboração Interprofissional é um termo guarda-chuva que abriga os termos “Prática colaborativa interprofissional” e “Trabalho em equipe interprofissional” (PEDUZZI; AGRELI, 2018). Como pode ser visto na imagem a seguir.

Figura - Relação entre colaboração interprofissional, prática colaborativa e trabalho em equipe

Fonte: PEDUZZI; AGRELLI, 2018, p. 1527.

A colaboração "caracteriza-se como forma mais flexível de trabalho interprofissional, com níveis menores de compartilhamento, clareza de papéis e interdependência das ações, e a necessidade de lidar com situações de atendimento um pouco menos imprevisíveis e com menor urgência e complexidade" (PEDUZZI et al., 2020, p. 10).


"Pode ocorrer de formas distintas e complementares: colaboração no âmbito das equipes, quando os profissionais buscam alternativas entre os próprios membros da equipe para melhorar a qualidade da atenção à saúde; colaboração em rede e com usuários e comunidade, quando os profissionais da equipe buscam alternativas na equipe e também em outros serviços, setores e com os usuários, família e comunidade. Essa modalidade de colaboração ressalta a importância do trabalho interprofissional em equipe na promoção do trabalho intersetorial e da participação social" (PEDUZZI et al., 2020, p. 14).

Figura - Diferentes formas de trabalho interprofissional

Fonte: PEDUZZI; AGRELI; SILVA; SOUZA, 2020, p. 14.

De acordo com o Marco para ação em educação interprofissional e prática colaborativa (2010), a educação interprofissional e o desenvolvimento de competências para o trabalho em equipe nos estudantes é "um passo fundamental na transição de sistemas de saúde fragmentados para uma posição mais fortalecida." (OMS, 2010, p. 10).


Em 2016, a OMS publica a Estratégia Global para os Recursos Humanos da Saúde: Força de trabalho 2030, a fim de acelerar o progresso da cobertura universal de saúde, reforça que os serviços de saúde devem ser reorientados para uma atenção primária interprofissional, colaborativa e baseada no trabalho em equipe (WHO, 2016).


Em 2017, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) apoia e reúne "representantes dos ministérios da saúde, ministérios da educação, associações profissionais e instituições acadêmicas dos países da América Latina e Caribe para oferecer aportes e estimular discussões com respeito às bases metodológicas, estrutura e fundamentos para a EIP, bem como para compreender as experiências dos diferentes países com a EIP e com as práticas colaborativas" (OPAS, 2017, p. 8).

Referências bibliográficas

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE - OMS. Redes de Profissões de Saúde. Enfermagem e Obstetrícia. Recursos Humanos para a Saúde. Marco para Ação em Educação Interprofissional e Prática Colaborativa. Genebra: OMS, 2010. Disponível em: http://untref.edu.ar/uploads/Marco%20formacion%20interprofesional%20OMS-portugues.pdf. Acesso em 04 set. 2022.


ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE - OPAS. Educação interprofissional na atenção à saúde: melhorar a capacidade dos recursos humanos para alcançar a saúde universal. Relatório da reunião. Bogotá, Colômbia. 7 a 9 de dezembro de 2016. Washington, D.C.: OPAS; 2017. Disponível em: https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/34370/OPASHSS17024_por.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em 04 set. 2022.


PEDUZZI, M.; AGRELI, H. F. Trabalho em equipe e prática colaborativa na Atenção Primária à Saúde. Interface (Botucatu), v. 22, supl. 2, p. 1525-34, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1807-57622017.0827. Acesso em 30 ago. 2016.


PEDUZZI, M. et al. TRABALHO EM EQUIPE: UMA REVISITA AO CONCEITO E A SEUS DESDOBRAMENTOS NO TRABALHO INTERPROFISSIONAL. Trabalho, Educação e Saúde, v. 18, supl. 1, e0024678, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1981-7746-sol00246. Acesso em 30 ago. 2016.


REEVES, S. et al. A BEME systematic review of the effects of interprofessional education: BEME Guide No. 39. Medical Teacher, v. 38, n. 7, p. 656-68, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.3109/0142159X.2016.1173663. Acesso em 30 ago. 2016.


WORLD HEALTH ORGANIZATION - WHO. Global strategy on human resources for health: Workforce 2030. Geneva: WHO, 2016. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/250368/9789241511131-eng.pdf. Acesso em 30 ago. 2016.